O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, durante audiência de custódia realizada neste domingo (23), em Brasília, que a tentativa de violar a tornozeleira eletrônica ocorreu por causa de um “surto” provocado por medicamentos.
Segundo a ata da audiência, protocolada pelo ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro disse ter tido “alucinação” de que havia uma escuta instalada no equipamento.
A juíza responsável pelo atendimento decidiu manter a prisão do ex-presidente após a audiência.
De acordo com o documento, Bolsonaro relatou que tentou “abrir a tampa” da tornozeleira ao acreditar que estava sendo monitorado de outra forma. Ele afirmou ainda que não se recorda de ter enfrentado episódio semelhante anteriormente e que o surto pode ter sido causado por um medicamento novo.
O ex-presidente também declarou que começou a tomar um dos remédios “cerca de quatro dias antes dos fatos que levaram à sua prisão”.
O procedimento da audiência de custódia foi encerrado por volta das 12h40, horário em que seus advogados deixaram a Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
Próximos passos no STF
Nesta segunda-feira (24), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar se mantém ou revoga a decisão de Moraes. A sessão extraordinária ocorrerá entre 8h e 20h.
Votarão os ministros que compõem o colegiado: Flávio Dino (presidente da Turma), Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Alexandre de Moraes, por ser o autor da decisão contestada, não participa da votação.
Caso a decisão seja referendada, a prisão preventiva poderá ser mantida por tempo indeterminado, enquanto a Justiça considerar a medida necessária.
Portal Correio

