Nesta quarta-feira (19) celebra-se o Dia dos Povos Indígenas. Descendente dos indivíduos que habitavam o Brasil antes da chegada dos europeus colonizadores, essa parcela da população ainda luta por espaço e direitos. Na política, a representatividade ainda é bem menor que o desejável. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que nas últimas eleições municipais, em 2020, apenas oito indígenas se elegeram prefeitos. Um desses poucos vitoriosos vive na Paraíba.
Eliselma Silva de Oliveira, mais conhecida como Lili, foi reeleita prefeita de Marcação, no Litoral Norte, com 2.965 votos (54,48% do total válido). Ela é da etnia Potiguara. Graduada em Enfermagem, ela atuou profissionalmente em postos do Programa Saúde da Família (PSF) em diversas aldeias do município e também já trabalhou como professora.
Lili iniciou a carreira política em 2012, quando foi eleita vice-prefeita de Marcação. Em 2016, foi eleita prefeita pela primeira vez.
O presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), George Coelho, celebrou o fato de a Paraíba ter uma prefeita indígena. Ele destacou que a presença dos povos originários na política é essencial para combater o preconceito e tornar a sociedade mais justa, dando aos indígenas a chance de ter vez e voz nas decisões políticas que historicamente os massacraram no Brasil.
“Nesse dia tão especial destacamos a atuação da nossa prefeita do município de Marcação que tem trabalhado incansavelmente por melhorias, qualidade de vida e respeito para seu povo. A Famup, em nome da prefeita Lili, parabeniza todos os indígenas paraibanos, reafirmando nosso compromisso em continuar lutando por mais espaços na política e nos espaços de decisões de poder para toda comunidade. A representação indígena é necessária em todas as instâncias, no Executivo, no Legislativo, no Judiciário”, disse George Coelho.
