Correios reage a acusação de furto de munição, cobra informações e anuncia apuração interna

A Superintendência dos Correios na Paraíba já havia manifestado, na manhã do último sábado (17), não ter conhecimento sobre o suposto furto de carga pertencente à Polícia Federal, na qual estaria a munição usada para matar a vereador do Rio pelo PSOL, Marielle Franco. Na noite de ontem, o presidente nacional dos Correios, Guilherme Campos, reforçou o posicionamento da Superintendência Estadual, anunciando apuração interna sobre o assunto a partir de amanhã (19).

“O ministro deve ter alguma informação que nós não temos (…) Se o ministro (Raul) Jungmann tiver alguma informação que a gente não tem, eu espero que nos passe”, disse o presidente ao Globo.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, mantém a declaração e argumenta que ela foi recebida de forma oficial, de acordo com informações repassadas pela assessoria de imprensa ao Globo. Ele disse, ainda, que a Polícia Federal checa se há relação entre os desvios de munição e o crime.

Ao jornal O Globo, Guilherme Campos ressaltou que os Correios não transportam rotineiramente armas e munição para nenhum órgão. Ele ressaltou a possibilidade desse tipo de serviço ocorrer se houver uma autorização oficial do Exército. No entanto, frisou que não há registro disso nos últimos anos. “Os Correios não transportam armas e munição. No passado recente, não houve trasporte para nenhum órgão”, garantiu.

Oficialmente, os Correios divulgaram uma nota (abaixo) que diz que “no passado recente”, não há nenhum registro de qualquer incidente e que apura internamente as informações. Fala ainda que a empresa não aceita a postagem de armas ou munição, exceto quando autorizada por legislação específica.

“Por serem os Correios uma empresa pública, situações envolvendo armas, munições, drogas e outros itens proibidos no tráfego postal são encaminhadas à Polícia Federal, que é o órgão responsável pelas investigações. No caso do Rio de Janeiro, já foi instaurado inquérito pela Polícia Federal, que é o órgão competente para prestar mais esclarecimentos”, conclui a nota.

Marielle foi assassinada a tiros na noite de quarta-feira (14) na Rua dos Inválidos, na Lapa, no centro do Rio. Os tiros foram disparados de uma arma 9 mm. O crime aconteceu por volta das 21h30m na Rua João Paulo I, no Estácio, próximo à prefeitura. O motorista que estava com ela, Anderson Pedro Gomes, também foi morto na ação.

Leia na íntegra a nota dos Correios:

Em resposta às recentes notícias sobre suposto desvio de carga pertencente à Polícia Federal ocorrido nos Correios, a empresa esclarece que, no passado recente, não há nenhum registro de qualquer incidente dessa natureza e que está apurando internamente as informações.

A empresa não aceita postagem de remessas contendo armas ou munição, exceto quando autorizado por legislação específica. Neste caso, o tráfego, via Correios, de produtos controlados pelo Exército, submete-se às disposições estabelecidas no Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados, conforme a Portaria nº 015/2009 – Colog/Ministério da Defesa.

Por serem os Correios uma empresa pública, situações envolvendo armas, munições, drogas e outros itens proibidos no tráfego postal são encaminhadas à Polícia Federal, para investigação. No caso do Rio de Janeiro, já foi instaurado inquérito pela PF, que é o órgão competente para prestar mais esclarecimentos sobre a matéria.

Fonte: Blog do Gordinho com O Globo