Enfrentar a desertificação com políticas públicas que ajudem a região do semiárido e ao bioma caatinga na Paraíba foi o tema tratado pelo conselheiro Tribunal de Contas do Estado (TCE), Fernando Catão, em entrevista ao programa Arapuan Verdade, nesta sexta-feira (6). Ele criticou a falta de atenção dos políticos sobre as ações de combate à desertificação.
“Precisamos de atenção dos nossos políticos com esse tema tão grave. Quantos programas, ações, projetos ou legislação foram pautados nessa temática da desertificação”, criticou como acompanhou o ClickPB.
Ele destacou que o estado é referência regional na produção de energia considerada ‘sustentável’ como a energia solar, no entanto, esquece que o avanço da desertificação também é influenciado pelas instalações dos parques de energia desse segmento, e cita os municípios atingidos com áreas desmatadas na implantação de usinas fotovoltaica, a exemplo de Santa Luzia, Malta e Coremas. Já os municípios de Congo, Picuí, Brejo do Cruz e Boa Vista, sofrem com área degradada pela atividade de mineração.
“Estamos exportando energia e temos capacidade de produzir ainda muito mais e por que não ficar uma parte dessa energia como insumo energético gratuito para combater essa desertificação”, sugeriu o conselheiro.
Um relatório de auditoria do TCE revelou o cenário de desertificação compreendido entre os exercícios de 2015 a 2022. A constatação do conselheiro Fernando Catão, relator do processo, é a de que a política estadual de combate à desertificação não tem sido implementada. De acordo com esse relatório, os auditores constataram que somente 18% dos municípios paraibanos (23 no total) consultados mantêm algum tipo de iniciativa para recuperar áreas devastadas.