Empresa Meta, acusada de fraudar licitações e investigada na Operação Feira de Mangaio, apurou quase R$ 4 milhões em 25 prefeituras da Paraíba

Um dos oito mandados de busca e apreensão que uma equipe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco/MPPB), entre outros órgãos reguladores do estado, cumpriu na manhã desta quarta-feira (23) foi na rua Presidente Delfim Moreira, no bairro do Bessa, em João Pessoa.

Lá está localizada a sede da empresa Meta Comércio e Serviços EIRELI, que tem o nome fantasia de Meta Investimentos. Ela é um dos alvos da Operação Feira de Mangaio, deflagrada hoje para desarticular um grupo especializado em fraude de procedimentos licitatórios.

Conforme o ClickPB apurou, a Meta é uma ‘multiempresa’ que, embora tenha sua atividade principal de “intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral”, engloba mais de 90 atividades secundárias que vai desde “Coleta de resíduos perigosos” a “Obras de urbanização”, passando também por “Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis” e “Aluguel de máquinas e equipamentos agrícolas sem operador”, como exemplos.

Em uma consulta na plataforma Sagres, do Tribunal de Contas da Paraíba (TCE-PB), é possível ver que a empresa ganhou diversas licitações desde que foi fundada em março de 2018. Só no último ano, consta que a Meta realizou serviços para mais de 30 prefeituras, tendo um total empenhado de R$ 3.958.158,61.

Na lista, estão as prefeituras de João Pessoa, Cabedelo, Bayeux, Santa Rita, Conde, Areia, Guarabira, Patos, Catolé do Rocha, Sobrado, São Bento, Riachão do Bacamarte, Pitimbu, Pirpirituba, Picuí, Pedro Régis, Monteiro, Marizópolis, Juazeirinho, Itatuba, Ingá, Cuité de Mamanguape, Cruz do Espírito Santo, Amparo e Alhandra.

Os serviços são também de natureza diversa. Em São Bento, por exemplo, a empresa forneceu material escolar, com um total de R$ 21.275. Em Sobrado, foi responsável pela implantação e manutenção do sistema de prontuário eletrônico em 4 Unidades Básicas de Saúde (UBS), tendo um total de R$ 32 mil.

Já em outro caso, como para a Prefeitura de Santa Rita, tem o fornecimento de material escolar, material esportivo, computadores e equipamentos de informática, garrafinhas de plástico. O total empenhado foi de R$ 976.934,52.

De acordo com o Gaeco, as irregularidades praticadas podem ter acarretado desvios de recursos em diversas áreas, a exemplo do desenvolvimento esportivo de estudantes das redes municipais de ensino e da prestação de serviços de saúde.

O trabalho conta com a participação de cinco promotores de Justiça do MPPB, cinco auditores da Controladoria-Geral da União (CGU), cinco auditores do (TCE), oito auditores da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e 66 Policiais Civis e Militares.

Fonte: Clickpb