Escritores radicados na Paraíba aparecem na lista de finalistas do Prêmio Jabuti 2022

O escritor Bruno Ribeiro, natural de Minas Gerais e radicado na Paraíba, é finalista da edição 2022 do Prêmio Jabuti, o maior do país no segmento literatura. As escritoras paraibanas Ezilda Melo e Paloma Leite Diniz Farias também constam na lista do Prêmio Jabuti, já que têm textos publicado em uma coletânea jurídica com foco nos direitos antirracistas que foi selecionada entre os finalistas.

A lista com os dez finalistas do Jabuti em cada uma das 20 categorias do prêmio foi divulgada nesta terça-feira (25). O vencedor de Livro do Ano na 64ª edição do Prêmio Jabuti leva R$ 100 mil. A Câmara Brasileira do Livro (CBL) recebeu mais de 4,2 mil inscrições na primeira etapa. A cerimônia de premiação está marcada para acontecer em São Paulo no dia 24 de novembro.

Bruno Ribeiro, com Porco de Raça

Bruno Ribeiro é um dos dez finalistas da categoria Romance de Entretenimento, no Eixo Ficção, com a obra Porco de Raça, publicada pela editora Darkside. A obra foi publicada após vencer o Prêmio Machado Darkside.

Porco de Raça é uma distopia visceral que deslumbra de frente o horror. A obra acompanha o protagonista, um professor paraibano negro e falido envolvido em uma sequência de fracassos que o levam até um ringue clandestino de lutas em que homens pobres se digladiam para entreter os ricos.

Bruno Ribeiro é autor de Arranhando Paredes (2014), traduzido para o espanhol pela editora argentina Outsider, Febre de Enxofre (2016), Glitter (2018), finalista da 1° edição do Prêmio Kindle e Menção Honrosa do 1° Prêmio Mix Literário, Bartolomeu (2019) e Como Usar um Pesadelo (2020). Mestre em Escrita Criativa pela Universidad Nacional de Tres de Febrero (untref), venceu em 2020 o Prêmio Machado DarkSide com o romance Porco de Raça e também o Prêmio Todavia de Não Ficção.

Ezilda Melo, em coletânea jurídica

Na categoria Artes, do Eixo de Não Ficção, uma das dez obras selecionadas é Direito, Arte e Negritude, da Editora Fi, organizado por Rebeca de Souza Vieira e Veyzon Campos Muniz. A advogada, professora e escritora paraibana Ezilda Melo escreveu a apresentação do livro e artigo sobre a Festa do Rosário no Sertão da Paraíba e do Rio Grande do Norte a partir da obra de Lourdes Ramalho, dramaturga radicada na Paraíba.

O artigo “Cultura, tradição, direitos humanos e arte no sertão nordestino: uma leitura da peça Festa do Rosário de Lourdes Ramalho”, de autoria de Ezilda analisa a questão do racismo no sertão potiguar e paraibano. “Destaco ainda como Lourdes Ramalho foi precursora do debate racial ao escrever “‘Festa do Rosário'”, diz Ezilda Melo.

Natural de Caicó e com residência fixada em João Pessoa desde 2017, Ezilda Melo faz parte do grupo de estudos Direito e Arte Brasileira, que produziu a coletânea. Em entrevista ao ClickPB, ela explica que “quando constatamos na obra ‘Direito e Literatura brasileira’ o quanto era renegada a figura da autoria feminina e da problemática racial, surgiu a ideia da coletânea”. O grupo já escreveu outras obras coletivas debatendo o direito e o cinema, a música e a literatura. “Coordenei todos com exceção desse sobre negritude,pois peguei dois autores negros do grupo para que fossem os coordenadores da obra”, detalhou a escritora.

Ezilda Melo tem uma editora e possui mais de 20 obras jurídicas e três literárias publicadas. Suas obras literárias estão: Águas de mim e Em terra seca nasce flor, poesias, e o romance Jurema Sarid: raízes.

Paloma Diniz, em coletânea jurídica

Paloma Leite Diniz Farias é natural de Campina Grande e escreveu o capítulo 12 da coletânea, intitulado “Pai contra mãe”: encontro do direito com a literatura crítica de Machado de Assis. A autora é mestre em Ciências Jurídicas, na área de concentração em Direitos Humanos, pela UFPB. Especialista em Direito Público, com ênfase em Direito Internacional de Direitos Humanos, professora de Direito e Analista Judiciária do Tribunal de Justiça da Paraíba.

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