Pela segunda vez em pouco menos de um ano, Flávio Coelho recorreu ao uso de cadeado e correntes para cobrar providências da Secretaria de Saúde do Estado com relação ao tratamento de sua filha, que sofre de uma doença rara e só consegue se alimentar através de sonda.
É que na manhã desta quarta-feira (19) ele se acorrentou em frente à 9ª Gerência Regional de Saúde em Cajazeiras para exigir que o órgão providencie com urgência um equipamento chamado botton, que faz parte da sonda. Flávio ganhou na Justiça o direito de receber esse equipamento do Governo do Estado.
Ele já havia feito esse mesmo protesto se acorrentando em frente ao fórum da cidade de Uiraúna em maio do ano passado. Naquela ocasião a intenção era cobrar do Estado uma espécie de leite especial usado na alimentação da sua filha.
Segundo ele, recentemente a garota sofreu uma infecção porque o botton estava vazando. No entanto a troca do equipamento ainda não ocorreu, e Flávio acha que está havendo negligência no processo burocrático, já que a empresa alega que ainda não recebeu o empenho da compra do equipamento por parte da Secretaria de Saúde do Estado, enquanto que a diretora da 9ª Gerência Regional de Saúde garante que o empenho já está com a empresa e que esta vai enviar o equipamento até a próxima sexta-feira.
“Se tivesse mandado esse empenho para a empresa eu não ia estar aqui, mas até às 9h da manhã eles não tinham mandado o número do empenho para a empresa. Eu só saio daqui agora com essa peça na mão”, protesta o rapaz.
O outro lado
A diretora da 9ª Gerência Regional de Saúde, Amélia Fonseca, explica que a demora em adquirir o botton se dá porque o equipamento não faz parte da lista de medicamentos e materiais excepcionais disponibilizados pela Secretaria de Saúde do Estado, além de ser difícil de encontrar no mercado, o que implica em vários processos burocráticos obrigatórios para comprá-lo, incluindo licitação. Mas ela afirma que a empresa prometeu encaminhar o botton nesta quinta, com chegada a Cajazeiras prevista para sexta.
“Em nenhum momento a gente está aqui para dificultar. Muito pelo contrário. Nosso papel é de facilitar as questões. E quando ele colocou a necessidade dele, a gente sempre foi sensível ao caso. Já faz um bom tempo que a gente acompanha esse caso. Mas infelizmente o processo passa por algumas aquisições. Mas amanhã acreditamos que vai estar aqui”, avisa a diretora.
DIÁRIO DO SERTÃO