Ivanildo Vila Nova e Jomaci Dantas Nóbrega fazem apresentação na Conexão FM de Santa Terezinha; assista

Um dos grandes nomes da cantoria de viola, um dos grandes nomes do repente, Ivanildo Vila Nova fez uma apresentação nessa sexta-feira (3), no Programa A Sanfona e a Viola, transmitido pela Rádio Conexão (104,9 FM) de Santa Terezinha (PB). Atualmente o cantador está fazendo dupla com o apresentador do programa, o poeta Jomaci Dantas Nóbrega (Lola).

Jomaci falou da relação amigável e profissional que existe entre ambos. Destacou a importância de Ivanildo para a cantoria, especialmente incentivando novos cantadores. Lola relatou que dos 136 festivais que organizou, Ivanildo participou de 111 festivais. Ele encerrou dizendo que é um prazer está ao lado do mestre, artista importante para a cantoria, importante para a cantoria popular.

A apresentação do programa foi comandada por Jomaci e pelo jornalista Josley Oliveira.

Ivanildo citou que a cantoria de viola teve um divisor de águas nos ano de 1974.

“Eu acredito que Cantoria se resume antes e depois 1974. Antes de 1974 com 1º o congresso de violeiros e repentistas de Campina Grande (PB) e depois foi quando os congressos ganharam impulsos; uma geração de cantadores apareceram com um novo vocabulário e com um novo comportamento; o público passou a encarar os cantadores como profissionais; os profissionais da viola passaram a encarar os apologistas como amigos e não pessoas para serem exploradas; os poderes passaram a notar a arte com um olhar diferente; novos horizontes se abriram, por exemplo, como nas universidades”, destacou.

A cantoria de viola saiu do Nordeste e foi para o mundo. O poeta fala sobre essa ascensão.

“Devido o impulso que a cantoria teve saindo do Nordeste para o Sul, para o Sudeste, naturalmente se expandiu para o exterior. Em Nova Iorque (EUA) tinha um projeto cultural que contemplava jamaicanos, mexicanos, espanhóis, brasileiros, eles sempre fazem isso através destes festivais culturais. Fomos à França, Bélgica, outros cantadores foram a Portugal. Em Nova Iorque ao lado de Oliveira de Panelas se apresentamos: no Brooklyn; em Manhattan; no Green; nos jardins ao lado Lincoln Center, um dos maiores teatros da cidade. A cantoria deixou de ser aquela apresentação que fazia no sítio para duas ou três pessoas inteligentes da cidade, hoje a cantoria tem um público diferenciado. É heterogêneo na medida que passa de parente para parente, do amigo que levou o outro amigo e ele acabou gostando do tema. Cantoria foi feita para as pessoas inteligentes”, explicou.

Ele fez duplas com vários cantadores e citou o nome de alguns: Odilon Nunes de Sá, Zé Catota, Canhotinho, Otacílio Batista, Manoel Xudú, Daudeth Bandeira, Geraldo Amâncio, Severino Feitosa, Sebastião da Silva, Oliveira de Panelas, Diniz Vitorino e Raimundo Caetano. Ivanildo citou que atualmente existe entre três ou quatro gerações de cantoria.

Ivanildo disse que evasão sempre existiu e existirá, caberá aos cantadores lutar por espaços.

”Não se preocupe com a cantoria, pode está tendo evasão de público como existia no passado quando as rádios transmitiam em cadeia os congressos de cantadores. Atualmente não existe grande evasão porque a cantoria adaptou-se aos novos meios de comunicação. Ele citou que os novos cantadores devem lutar pelo direito de arena”, disse.

Assista a apresentação: