Foto: Victor Emannuel/ Sistema Arapuan de Comunicação
O especialista em Criminologia e Psicologia Criminal Investigativa, Deusimar Guedes, durante entrevista ao programa Arapuan Verdade do Sistema Arapuan de Comunicação nesta sexta-feira (28), falou sobre três fatores que contribuem para uma pessoa optar por consumir drogas ilícitas e se tornar um dependente químico.
Ao abordar o tema, Guedes pontuou primeiro que a missão de educar as crianças e adolescentes sobre esse assunto é dos pais. Ele pontuou que a violência na infância pode se tornar um desses gatilhos, a partir do momento em que a criança passou por algum trauma e já passa para a vida adulta com esses sentimentos, além com grande carência emocional, havendo uma necessidade de diálogo. O silêncio entre pais e filhos se torna, então, uma porta.
O especialista ainda explica que a facilidade do acesso a droga também é apontada como um dos processos para uma pessoa se tornar dependente dela. “O álcool está no alcance da minha mão, então certamente é a droga mais perigosa porque está dentro da minha casa e é de fácil acesso”, exemplificou Guedes.
Por último, ele aponta que a influência dos amigos também é considerada um dos fatores. Para evitar ficar alguma situação “chata”, a pessoa opta por aceitar consumir bebidas ou entorpecentes na roda de amigos.
De quem é a missão de educar sobre as drogas?
Para o especialista, existe uma grande omissão de várias partes sobre essa pauta, mas começa pela família. “Pela ausência da mãe e do pai, devido a correria pela sobrevivência para trabalhar, deixou as crianças à mercê dessa questão”, disse.
Guedes completou afirmando que esta carência vem desde a família, pois a escola é o completo dessa educação. “Mas as escolas, principalmente as privadas, se preocupam em ser primeiro lugar no vestibular, então a gente formou excelentes técnicos e péssimos cidadões”, citou.
Deusimar também explicou que em uma pesquisa realizada com crianças concluiu que 8 em cada 10 optam por conversar sobre droga com os pais, seguido pelos professores. Ele afirma, por fim, que a ausência do estado que não implanta o conteúdo como problemática nas ementas de ensino como outro fator preocupante e que, com educação e diálogo aberto sobre o assunto, jovens estariam mais esclarecidos sobre a temática, e por consequência, longe das drogas.