PB deverá ter pelo menos seis duplas de pais e filhos nas eleições desse ano; três vão para disputa casada

As eleições de outubro desse ano, na Paraíba, deverão ter seis duplas de pais e filhos na disputa. Pelo menos três delas vão encarar a dobradinha ALPB e Câmara Federal.

Um dos já conhecidos do eleitorado é o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), que vai mais uma vez para disputa pela reeleição, tendo o filho, Pedro Cunha Lima (PSDB), também disputando à reeleição, só que para a Câmara Federal.

Outro que também vai para a reeleição é o deputado federal Efraim Filho (DEM), que pode ter o pai, Efraim Morais (DEM), encarando a vaga de vice-governador na chapa do PSB.

Efraim já se desincompatibilizou do cargo que ocupava na gestão estadual em abril desse ano justamente para estar apto para encarar a eleição, conforme preconiza a legislação eleitoral.

Outro que vai disputar a reeleição e que também pode ter o pai como candidato a vice é o deputado estadual Raniery Paulino (MDB).

É que o pai dele, o ex-governador Roberto Paulino (MDB), é um dos cotados para disputar a vice na chapa do senador e pré-candidato ao Governo da Paraíba, José Maranhão (MDB).

Para a dobradinha ALPB e Câmara Federal, os papais que vão encarar a disputa são Wellington Roberto (PR), Nabor Wanderley (PRB) e Wilson Santiago (PTB), que farão parceria com os filhos, Caio Roberto (PR), Hugo Motta (MDB) e Wilson Filho (PTB).

Wellington é deputado federal disputando a reeleição, tendo o filho, o deputado estadual Caio Roberto, também disputando a reeleição, ambos pelo PR.

Nabor Wanderley (PRB) é deputado estadual disputando a reeleição, tendo o filho, o deputado federal Hugo Motta (MDB), também disputando a reeleição.

Já o ex-senador Wilson Santiago, diferente dos outros anos, vai encarar a vaga que hoje é do filho, Wilson Filho, de deputado federal, enquanto o filho, que abriu mão da reeleicao, vai disputar uma das 36 vagas na ALPB.

Em reportagem veiculada no portal Congresso em Foco, o professor José Marciano Monteiro, da Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, explica que não há como compreender o Brasil sem analisar as relações entre família e política.

“Não existe a renovação que muitos cientistas políticos apontam no Congresso. Há renovação de agentes que pertencem às mesmas famílias, têm os mesmos hábitos, visão de mundo e práticas dos antecessores. As eleições apenas legitimam esses grupos”, argumenta o cientista social.

Segundo ele, a concentração do poder político em poucas famílias impõe ao Brasil uma agenda refém de interesses privados, favorece as desigualdades econômicas e sociais e a corrupção. Não por acaso, ressalta, as relações de parentesco costumam aparecer em esquemas de corrupção. Só para ficar no exemplo da Lava Jato, há casais, pais e filhos, sobrinhos e primos entre os parlamentares investigados.

Márcia Dias / PB Agora