Toda nudez ainda é castigada; por Misael Nóbrega de Sousa

TODA NUDEZ AINDA É CASTIGADA?

Mesmo diante da evolução do pensamento e do comportamento humanos, muitas pessoas ainda interpretam o nu como um instrumento erótico.

Outro dia uma performance teatral no Museu de Arte Moderna de São Paulo, causou polêmica ao aceitar uma criança interagir com um homem nu, deitado no chão. Em 1965, a peça “Toda nudez será castigada”, escrita por Nelson Rodrigues, cujo roteiro passeava por conflitos religiosos, puritanos e de sexualidade, também causou estranheza à época.

Porém, reconhecidamente a mais antiga expressão cultural que se tem registro, o nu nem sempre foi considerado uma obscenidade. Os corpos masculinos e femininos eram esculpidos na arte grega, por exemplo, com vulvas e falos à mostra sem nenhum pudor. O nu também era retratado em igrejas sob temas religiosos, já na idade média, por pintores famosos como Michelangelo e Da Vinci.

Mesmo diante de tabus e censuras a arte nunca abriu mão dessa prática; e, mesmo hoje, seduzida pelos apelos da modernidade tecnológica, ainda resiste aos preconceitos. O que dizer do OnlyFans? Serviço por assinatura, popular na indústria do entretenimento adulto, onde os seus criadores ganham dinheiro vendendo conteúdos eróticos.

Aqui em Patos, uma das meninas mais conhecidas da plataforma virtual, desfila pelas ruas da cidade, gravando cenas explícitas de nudez, já consumidas e viralizadas pelos seus clientes. Enfim: Arte, perversão, sexualidade, pornografia, negócio… Com qual lente você vê?

Jornalista e escritor, Misael Nóbrega Sousa.