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Paraíba tem 26 grandes obras paradas no valor de R$ 172 milhões

A Paraíba tem 26 grandes obras paralisadas. Juntas, elas somam o valor de R$ 172 milhões. Os dados são da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), que levantou o número de todas as obras paradas por meio de estudo feito pelos 33 Tribunais de Contas espalhados pelo Brasil. As informações foram obtidas a partir de um questionário elaborado pelos TCs e aplicado junto aos jurisdicionados de cada um deles.

O presidente Fábio Nogueira salienta que, embora não tenha sido empregado um procedimento de auditoria, os números são expressivos e corroboram a necessidade de uma correção de forças interinstitucionais. Ele se referiu à Cooperação Técnica envolvendo a Atricon, o Conselho Nacional de Justiça e o Tribunal de Contas da União, com fundamento na Lei n. 8.666, de 1993, cujo Termo foi assinado no último dia 4 de junho, em solenidade no CNJ.

Para a obtenção desse diagnóstico preliminar, foram consideradas as obras com valores de contrato acima de R$ 1,5 milhão e iniciadas a partir de 2009. Com base nesses critérios de referência, os Tribunais de Contas do Brasil detectaram 2.555 obras (paralisadas ou suspensas), com valores contratados que atingem a cifra de R$ 89.559.633.165,90.

Sudeste tem mais obras paradas

Os números mais expressivos de obras paralisadas ou suspensas estão na região Sudeste do país: São Paulo com 325; Rio de janeiro com 224; e Minhas Gerais com 189. Dentre as razões gerais apontadas para a paralisação das obras, a suspensão de repasses de recursos conveniados é a mais relevante, com 20,9% das respostas. Os gestores também declararam pendências com as construtoras contratadas (20,5%), seguido de falhas no planejamento (19,1%).

Fábio Nogueira informou que esse primeiro diagnóstico servirá como subsídio às próximas etapas. De acordo com o presidente da Atricon, a partir dessas informações, cada Tribunal de Contas elencará obras consideradas prioritárias – a exemplo daquelas que contemplam as áreas de saúde e educação – para um aprofundamento analítico das causas da paralisação, ou impedimento da continuidade dos serviços.

Nessa fase, segundo Fábio Nogueira, serão empregados critérios de auditoria, com análise de documentos, verificação in loco, dentre outros procedimentos específicos. “A intenção principal é encontrar meios para destravar essas obras, a fim de que a população possa se beneficiar de serviços públicos de qualidade”, destacou.

De acordo com Fábio Nogueira, a reativação das obras, também, deverá representar um significativo incremento na economia do país e, além disso, poderá disponibilizar equipamentos e serviços públicos, que fazem falta à população.

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Governador sanciona lei que proíbe corte de energia, água e telefonia nos finais de semana e feriados

O governador João Azevêdo sancionou uma lei proibindo o corte dos serviços de água, luz e telefonia em dias de fim de semana e feriados nas residências paraibanas. A sanção do governador ao projeto de lei de autoria do deputado Ricardo Barbosa foi publicada na edição desta quarta-feira (19) do Diário Oficial do Estado.

O texto da lei estabelece que as empresas de concessão destes serviços públicos ficam impedidas de fazer o corte por falta de pagamento às sextas-feiras, sábados, domingos, feriados e no último dia útil anterior a feriado. Ainda foram estabelecidos os horários proibidos para o corte, que seriam entre as 12h de sexta-feira e as 8h da segunda-feira e entre as 12h do dia útil lanterior e 8h do dia subsequente a feriado nacional, estadual ou municipal.

A lei entra em vigor a partir do dia de sua publicação. Segundo a lei, o consumidor que tiver o fornecimento de água, energia ou telefonia suspenso nos dias proibidos poderá acionar juridicamente a empresa concessionária por perdas e danos. O consumidor também fica desobrigado de pagar o débito que provocou o corte do serviço.

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Prefeita Terezinha de Zé Afonso participa de reunião na Associação Agrícola Santana e Queimadas

Os membros da Associação Agrícola Santana e Queimadas, localizada no município de Santa Terezinha (PB), realizaram uma reunião com a prefeita Terezinha de Zé Afonso, na noite dessa terça-feira (18), no salão paroquial.

Além da gestora municipal também participaram da reunião o secretário de Agricultura, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Marlos Lúcio e a Secretaria de Finanças, Terezinha Oliveira.

Na pauta estavam as reinvindicações da comunidade. A abertura ocorreu com um momento de oração, o presidente da associação, Antônio Pereira (Galo Preto), deu as boas vindas e a secretária leu os pleitos.

Os pedidos foram: Recuperação de caixa d’água perto da escola; passagem molhada entre Santana e Queimadas; perfuração de poços; academia de saúde; campo society; barragens subterrâneas; açude; asfalto até a BR 361; construção de uma sede; um tratorito; uniformes e internet para a escola; pessoas para ligar as bombas d’água nas comunidades; passagem molhada na localidade do Cumarú e mata-burros.

O presidente da associação. Antônio Pereira (Galo Preto) avaliou a reunião.

“A gente agradece a participação da prefeita, ela mostrou varias possibilidades de resolver os problemas da comunidade”, disse.

Para o secretário Marlos Lúcio, a reunião foi positiva e os membros estão de parabéns por ter uma associação legalizada. Ele citou que a maioria das associações estão inadimplentes e isto é preocupante.

“Estivemos na associação para informar aos associados o que está por vir para as associações através do Governo do Estado. Fizemos um levantamento da legalidade das associações e encontramos quase todas inadimplentes, isto é preocupante. Esta associação está legalizada e pode ser contemplada com a busca de recursos através da prefeita Terezinha junto ao Governo do Estado e junto ao Governo Federal. Parabéns a todos os associados por manterem esta associação legalizada, é interessante que mais pessoas da região sejam convidadas para participar. Das 16 associações no município, apenas quatro estão legalizadas. A presença da prefeita nesta reunião mostrou o bem que ela quer pela zona rural e pela agricultura familiar”, comentou.

A gestora falou da importância da reunião.

“Foi um momento gratificante. É a terceira reunião que participamos na comunidade. Peço as comunidades rurais que se legalizem para não perder os benefícios do Projeto Cooperar. Ouvimos os pedidos e os agradecimentos pelos trabalhos realizados. Estamos esperando a liberação da Funasa para fazermos a licitação e entregar os poços artesianos, vamos colocar a Academia da Saúde e dá prioridade a caixa d’água que está precisando de uma solução urgente. Quero dizer que a gestão vai continuar dando assistência aos produtores. Saímos felizes pelo reconhecimento do nosso trabalho na comunidade”, destacou.  

Arraiá da Pessoa Idosa é realizado na Secretaria de Assistência Social

A Secretaria Municipal de Assistência Social de Santa Terezinha (PB) realizou na manhã desta terça-feira (18), O Arraiá da Pessoa Idosa.

O evento foi ocorreu na sede da secretaria com a presença dos Idosos que frequentam o Grupo de Idosos pertencente ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV).

Ao som de muito forró as pessoas dançaram e se confraternizaram. Foram servidas várias comidas típicas da época junina e foi comemorado o aniversário dos idosos que fazem aniversário no mês de junho. O idosos ainda encenaram o Casamento Matuto.

A prefeita Terezinha de Zé Afonso prestigiou a festa e falou sobre o evento.

“Estamos aqui para prestigiar esta festa do Arraiá da Pessoa Idosa. Sempre que estou em contato com eles, renovo minhas energias porque eles são alegres e tem muito a nos ensinar. A nossa gestão tem proporcionado um trabalho acolhedor para os idosos do nosso município com oficinas e também eles têm o acompanhamento dos profissionais da Secretaria de Saúde. O momento é de celebrar a vida e comemorar esta época junina tão importante para nós nordestinos”, destacou.

As atividades do grupo são realizadas nas manhãs de terças-feiras e de sextas-feiras. São oferecidas oficinas de dança, artes, teatro, educação física, além de várias dinâmicas específicas. Os idosos também recebem atendimentos da equipe da UBS (Unidade de Saúde da Família) e do NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família).

Para o idoso entrar no grupo é necessário fazer um cadastro na Secretaria de Assistência Social, situada na Rua José Esteves, no Centro da cidade.

 Veja a Cobertura Fotográfica

 

 

Hugo Motta diz que mudança de nome de sigla atende o povo

O deputado federal Hugo Motta, presidente do PRB na Paraíba, comentou sobre a mudança de nome da sua sigla, algo que para o parlamentar não representa uma tática de marketing, mas sim estudo amplo sobre aquilo que o partido deverá apresentar a sociedade brasileira.

“Esse estudo foi concluído por sociólogos, cientistas políticos. O partido chegou ao nome de Republicanos. Apresentamos na Convenção Nacional que aprovou a mudança, uma carta com a nova resolução do partido, o que o Republicanos defende, o que ele pensa ser bom para o Brasil”, disse Hugo, sobre seu partido que é ligado à Igreja Universal, e vai passar de PRB para Republicanos.

A intenção da legenda é focar sua atuação no campo ideológico da centro-direita e para está mais próximo da população. Hugo Motta comentou ainda, que a bancada do seu partido foi uma das únicas bancadas que conseguiu crescer, na última eleição, que foi uma eleição totalmente atípica. “O partido não muda de nome para sobreviver. O partido muda de nome para dar ao País a condição de está mais próximo dos anseios que são fundamentais para população brasileira”, explicou.

PBagora

ALPB aprova projeto que proíbe a cobrança da taxa de religação da água

O consumidor paraibano obteve uma notícia que agrada o seu bolso. Foi aprovado na manhã desta terça-feira (18), na Assembleia Legislativa, o projeto de lei que versa sobre a proibição da cobrança da taxa de religação dos serviços de abastecimento de água e esgoto sanitário em caso de suspensão (o corte). O dispositivo é direcionado à população de baixa renda, e foi apresentado pelo deputado estadual Felipe Leitão (DEM).

Por ampla maioria de votos, o projeto foi aprovado, explicando Felipe Leitão que “não está se criando nenhuma despesa, nem onerando o Estado. Aqui é um projeto de lei, e quem me conhece sabe disso; é para aqueles que mais precisam”, discorreu o parlamentar na tribuna da Casa de Epitácio Pessoa.

Felipe Leitão lembrou o constrangimento e as dificuldades quando a água é cortada por falta de pagamento, observando que a taxa de religação “é matar quem já está morto”. Ele salientou que o consumidor, ao ficar inadimplente, e não conseguir pagar o débito por não ter recursos, ao normalizar sua situação na Companhia de Água e Esgoto (Cagepa), ainda tem que arcar com a taxa de religação.

“Depois que ele (o consumidor) obtiver o dinheiro, ou através de um empréstimo, ou fez um ‘bico’ e conseguiu pagar e religar a sua água, ainda é penalizado com a taxa de religação que custa seis vezes mais do que a tarifa social, pois esse projeto é só para aqueles que pagam a tarifa social; aqueles que realmente mais precisam. Então eu acho uma injustiça, e nós estamos reparando, nós estamos corrigindo essa distorção que há hoje por parte da Cagepa com os consumidores de baixa renda”, justificou Felipe Leitão.

O deputado ainda observou que praticamente não haverá impacto orçamentário na arrecadação da Cagepa, pois o projeto visa tão somente os consumidores de baixa renda. Na sua fala, Leitão pediu o apoio dos colegas para a aprovação da matéria, o que de fato ocorreu, obtendo o apoio, inclusive, do bloco de oposição.

Agora o Projeto de Lei 127/2019 segue para aprovação ou veto do governador João Azevedo. “O projeto está bem embasado juridicamente, tem papel social, por isso estou confiante que o governador João Azevedo, homem sensível com as causas do povo, sancione o projeto”, observou Leitão.

Paraiba.com.br com Assessoria

Advogado é suspeito de tentar entrar no PB1 com chips em colchão

Um advogado criminalista foi parar na delegacia suspeito de tentar repassar chips e baterias de celular para dentro da Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes, o PB1, em João Pessoa. O caso ocorreu no fim da manhã desta terça-feira (18).

Segundo apuração da TV Correio, os dispositivos estavam escondidos em um colchão. O material foi flagrado por agentes penitenciários e o advogado acabou sendo conduzido à Central de Polícia, no Geisel, na Zona Sul de João Pessoa, e o material que entraria no presídio foi apreendido.

À TV Correio, o advogado falou que pegou o colchão com parentes de um detento na porta do presídio, para entregar a um cliente, e não sabia que tinha chips e baterias.

Advogado há 22 anos, o criminalista negou que tivesse sido preso e falou que seguiu para a delegacia espontaneamente para explicar a situação que, segundo ele, não teria sido intencional.

PortalCorreio

Gabriel Diniz pode virar nome de medalha que homenageará artistas que representam a Paraíba pelo Brasil

Gabriel recebendo o Título de Cidadão Paraibano.

O deputado estadual Wilson Filho (PTB) apresentou na semana passada o projeto de resolução de nº 83/2019 que cria a medalha Gabriel Diniz para ser concedida a artistas de destaque que representem a Paraíba pelo Brasil afora.

“Uma homenagem merecida a um artista que, apesar de não ser paraibano de nascença, escolheu nosso Estado de coração, para morar e para iniciar a sua promissora carreira artística. GD, como era conhecido carinhosamente, levou o nome do nosso Estado para o Brasil e para o mundo. É um gesto de reconhecimento pelo seu legado e de gratidão por ele ter levado a Paraíba no coração para o Brasil e o mundo”, pontuou Wilson.

Segundo determina o projeto, poderão ser concedidas, anualmente, três medalhas Gabriel Diniz para artistas, paraibanos ou não, que no desempenho de suas atividades culturais enalteçam o nome da Paraíba no Brasil e no exterior.

A entrega da Medalha, se aprovada pela Assembleia Legislativa da Paraíba e sancionada pelo presidente Adriano Galdino (PSB), precisará ser aprovada por pelo menos um terço dos parlamentares ou pode ser acatada, também, por iniciativa do presidente da Casa de Epitácio Pessoa. A medalha será acompanhada de um diploma, registro em livro próprio, em que constarão os dados do agraciado e o motivo da outorga.

PBagora

Obra de Pinto do Acordeon passa a ser considerada Patrimônio Cultural da Paraíba

Imagem: Josley Oliveira

A obra do cantor e compositor Francisco Ferreira Lima, conhecido como o Pinto do Acordeon, passa a ser considerada Patrimônio Cultural do estado da Paraíba.

A proposta foi aprovada por unanimidade pelos deputados estaduais na sessão desta terça-feira (18).

O projeto de lei é do deputado Wallber Virgolino.

O deputado Felipe Leitão parabenizou Wallber pela iniciativa de valorização da cultura da Paraíba, e enalteceu a alegria do compositor.

“Pinto, mesmo doente, no hospital, ele faz a alegria de todos os pacientes. Homenagem mais do que justa. Eu me acosto ao projeto de Vossa Excelência, e se permitir gostaria de subscrevê-lo, porque declarar Pinto do Acordeon patrimônio histórico da Paraíba é fazer justiça a tudo que ele fez de bom à nossa Paraíba, para nossa cultura”, disse Felipe Leitão.

Trócolli Júnior relembrou que foi vereador junto com Pinto do Acordeon, em 1992, na Câmara Municipal. Afirmou o carinho pelo compositor e parabenizou o projeto de lei.

“Pinto do Acordeon é um grande amigo que eu tenho muita estima por ele e toda a sua família, seus filhos, sua esposa Madalena. Eu quero nesse momento parabenizá-lo por essa iniciativa”, disse o deputado.

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Imagem: Josley Oliveira

Investir em educação é eficaz para redução de homicídios, diz Unicef

Um conjunto de estudos promovidos e apoiados pela Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), vinculada à Organização das Nações Unidas, apontam evidências de que garantir o direito à educação é uma estratégia eficaz para a proteção da vida e para a prevenção da violência. Com base em tais pesquisas, a entidade aposta no acesso à escola como um mecanismo fundamental para reverter a tendência atual que, segundo ela, pode levar à morte de quase 2 milhões de crianças e adolescentes no mundo até 2030.

Os estudos estão em debate no seminário “Educação é Proteção contra a Violência”, que começou hoje (17) e está reunindo especialistas, autoridades, sociedade civil e lideranças adolescentes no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

O evento é organizado pela Unicef em parceria com a Cidade Escola Aprendiz, uma organização da sociedade civil de interesse público, que se dedica a promover perspectiva integral da educação.

As pesquisas revelam ainda que, na maior parte das vezes, o jovem vítima de homicídio está fora da escola ou em vias de abandoná-la. “Estar na escola é um fator de proteção”, avalia Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil. No Ceará, por exemplo, um levantamento feito em Fortaleza e em outros seis municípios mostrou que 70% dos meninos e meninas assassinados haviam largado a escola há, pelo menos, seis meses.

Aos participantes do seminário, foi distribuída a publicação Educação que protege contra a violência, na qual o Unicef concentra os principais dados em torno do assunto. O documento traz, por exemplo, um levantamento de 2015 segundo o qual a América Latina responde por quase a metade de todos os homicídios ocorridos no mundo envolvendo adolescentes de 10 a 19 anos. A região é a única do planeta que apresenta aumento desses índices desde 2007.

No Brasil, os dados apontam que 32 meninos e meninas entre 10 e 19 anos são vítimas de homicídio a cada dia, o que coloca o país na primeira posição em número absoluto de assassinatos de adolescentes no mundo. Proporcionalmente, os números brasileiros são inferiores apenas aos registrados na Venezuela, Colômbia, El Salvador e Honduras.

Segundo Florence Bauer, trata-se de um problema que afeta de forma mais incisiva um perfil específico: jovens negros de família de baixa renda. “Vivem em territórios vulneráveis e violentos, sem acesso adequado a serviços de saúde, assistência social, educação, esporte e lazer”, diz. Entre 2007 e 2017, mais de 107 mil adolescentes entre 10 e 19 anos no Brasil morreram em decorrência da violência. Para cada sete vítimas, cinco são negras.

Medo

Há estudos que também revelam o medo como fator que prejudica o acesso à educação. Na Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14,8% dos estudantes do 9º ano entrevistados em 2015 declararam ter deixado de ir à escola ao menos um dia nos 30 dias anteriores por não se sentirem seguros no caminho de ida ou de volta. Além disso, 9,5% disseram que, nesse mesmo período, se ausentaram em algum momento da aula por não se sentirem seguros no próprio ambiente escolar.

Uma investigação em 99 escolas realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) mostrou a diferença de percepção desse quadro na comparação entre instituições públicas e privadas. Na capital paulista, 41,2% dos diretores das escolas públicas consideraram alta a violência no entorno. Esse percentual cai para 22,6% entre os diretores de escolas particulares.

O seminário continua amanhã (18) quando será apresentado um panorama do enfrentamento da exclusão escolar e do desafio diante da violência extrema no Rio de Janeiro. Serão apresentados dados compilados pela plataforma Fogo Cruzado sobre os cinco primeiros meses de 2019. Eles revelam que 1,4 mil dos 3,5 mil tiroteios ocorridos no período na região metropolitana do Rio de Janeiro ocorreram em horário escolar no perímetro de 300 metros de escolas e creches.

“Ao todo, seis pessoas foram baleadas dentro ou próximo de estabelecimentos de ensino, ninguém morreu. Comparado com o mesmo período de 2018, houve uma queda de 6% no número de tiroteios no entorno de escolas este ano. Dos três baleados no mesmo período de 2018, um morreu”, registra a plataforma. Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), 1.303 jovens entre 10 e 19 anos foram assassinados no estado fluminense em 2017. Os números revelam a pior taxa de homicídios dos últimos 10 anos para essa faixa etária.

Manifesto

Segundo o Unicef, enfrentar a violência no interior da escola e nos domicílios é tão importante quanto combater a que ocorre nas ruas, uma vez que também provoca evasão. O documento distribuído no seminário lista uma série de situações que tem sido vivenciada por estudantes, que vão desde a disciplina violenta por pais e professores até a violência psicológica, que envolve discriminação, depreciação, constrangimento, humilhação, isolamento, violação de direitos, intimidação sistemática através do bullying, etc.

Para lidar com a questão, a entidade possui iniciativas variadas como projetos voltados para a inclusão escolar, canais para denúncia, mecanismos para avaliar a qualidade do ensino e estratégias para mapear jovens que estão fora da escola. Também acompanha a execução de políticas públicas implementadas pelos estados e também a nível federal. Um deles é o Bolsa Família, que beneficia famílias nas quais os membros entre 6 e 17 anos estão matriculados. Segundo o Unicef, em 2018, a taxa de frequência escolar dessa população foi 93,8%.

Durante a abertura do seminário, a estudante Lays dos Santos, de 19 anos, leu o Manifesto Jovem #ENDviolence, um documento aprovado durante um encontro que reuniu mais de 100 jovens de todo o mundo. Organizado pelo Unicef, esse encontro ocorreu em dezembro do ano passado na África do Sul.

“Considerando o princípio de coexistência pacífica e respeitosa, a escola – enquanto espaço de mudanças – em colaboração com os pais e mães e com a sociedade – deve dar suporte e proteção a todos os estudantes, incluindo os que sofrem violência e os que se envolvem em comportamentos violentos”, diz o manifesto.

O documento apresenta ainda diversas reivindicações, entre elas, a restrição da presença de armas nas escolas, a garantia de segurança nos caminhos de ida e volta realizados pelos estudantes, o fornecimento de instalações seguras para o ensino, a capacitação da comunidade escolar para lidar com questões de violência e o ensinamento sobre o respeito ao corpo e à sexualidade de cada pessoa.

Também presente na mesa de abertura do seminário, o jovem Rafael Barbosa afirmou que a violação dos direitos do adolescente pode ir desde o motorista de ônibus que não para no ponto para embarque de estudantes de escola pública uniformizados até a falta de ação da instituição de ensino. “A escola produz violência quando não toma partido contra a discriminação e não combate o bullying”.

Agência Brasil